terça-feira, 8 de abril de 2008

O Beijo da Deusa.


No crepitar dos cascos,

vindos num crescente,

com os ventos,

corcéis sem asas

a trazem para mim.

Na carruagem de sol, dourada

surgida no horizonte, nos últimos raios!

- Deusa da noite.

Envolve-te, agora

o manto de estrelas,

o de nuvens, o de trevas...

e aportas dos extremos além,

invadindo umbrais e seres sorumbáticos.

Amparas corpos mudos,

E os manténs dormentes

entorpecidos - em sonhos!

Nos teus seios.

Leva-me de vez, ao teu reino

rainha.

Minha’alma, aprisionada, cativa...

Pelos caminhos que só tu sabes,

nas sombras...

na eternidade do ósculo doce

dos teus lábios negros.

CAOS - O Racional Futuro Sombrio.



O ser humano é beligerante por natureza. Dos seres vivos o único que mata o semelhante por prazer, para dominar, por ganância, para causar destruição.

A morte, esta banalizada e o futuro já podem antever, é sombrio.

Rumamos para a destruição da própria espécie a única premiada com o dom da lógica e do raciocínio. Ora, não é justificável a disputa de território por parte de seres racionais, a falta de humanidade, a falta de razão.

Não acha que é oportuno abordar o tema?

Debate-se acerca de tudo menos o cessar das guerras

- d e f i n i t i v a m e n t e.

A paz esta sempre em pauta, mas quão distante esta de todos nós. Serve apenas para plataforma política.

O momento atual mostra a mídia. Enreda do político ao empresário, do mais humilde ao abastado, o culto, o aldeão, ignorantes, analfabetos e outras mais, não inseridas no contexto, porém partes da intrincada conjuntura mundial que chamamos de sistema: as crianças, as donas de casa, os jovens e seus sonhos, os que são portadores de necessidades especiais; a natureza e todo o eco-sistema.

São essas pessoas ou, marionetes atendendo um apelo externo e sobrenatural para conduzir as nações ao abismo?. Criaturas enveredadas pela corrupção, pelas paixões desenfreadas, o desamor, o vício que degrada. Em tudo se satisfazendo tão somente com o sofrimento e a dor causados na insanidade de suas ações bestiais. Há bastante para saciar a todos de suas necessitudes, entretanto, a fome grassa a humanidade, por boicotes, para enriquecimento de uns e empobrecimento de outros.

A tecnologia avança cibernética. O homem conquista o espaço ampliando as fronteiras, desvenda a genética, cria clones, implementa novas culturas, avança a medicina. Contudo, e contrapartida também aperfeiçoa as armas, batizadas com nomes que causam calafrios: bomba de hidrogênio, atômica, de nêutron... de extermínio amplo e irrestrito que lançam gases e setas pontiagudas que dilaceram tendendo a implodir o alvo...

Antes de curar os males que nos acomete, elabora planos homicidas e destruição em massa, e disseminação de pestes; ultimamente somente preocupados em não destruir o patrimônio, pois reconstruir é muito dispendioso sendo vital a aniquilação apenas de pessoas de -

C A r n e - O s s o e S a n g u e.

Será que somente o holocausto haverá de proporcionar a almejada paz?

Haverá sobreviventes?

Quem ?

Os Deuses. Uma Estória De Amor.




Minha doce “Párvati”
Com a fragrância
De todas as flores
E o som de todas as abelhas
Vêem,

Desperta-me.

Acalma minha fúria
“Shiva” Se aborrecido
Ao derredor transforma em cinzas
Mas em paz, causa renovação.
Vêem Amar...

Sacerdotisa!
Sinuosa!
Em mulher Travestida

Olhos de encantamento
Lêem meus pensamentos...
E me enroscam,
E me apertam, de eu quase sufocar
Sem ao menos me tocar.

Ao ver-te

Sons de atabaques, flautins
Acercam-me.
Transfixando-me nas raízes
A alma, verte
Em tênues matizes...


No seu andar, dança do ventre!

Odalisca, olhos que faiscam
Queimam todo meu ser
Abrasa-me o sentido
Nos doces licores
De veneno. Inodora

Saliva que me percorre
Inteiro, essências...
Em só delírio, me extravasa
Ao mesmo tempo
Penetrando-me os poros.
Inundas!


É serpente, és “Shakti”
Mulher, flor de açucena
Diva.

No seu caminhar
Pétalas de todas as flores,
De todas as cores
Luzes de arco-íris.

Será! Tudo não passou d’um sonho?
Ou, é somente essa música
Quem me faz transcender
A quimeras de Almadôvar.

Oração do Amante.



Oh! Vida oscilante,

Luzente orvalho na pétala

Na flor que murcha a cada aurora

No coração do amante

Pouco a pouco desprezada pelas cores

Balouçando a leve brisa, pelas horas

Desmemoriada e nua.

O licor dos seus lábios é minha vida

Brincando nos bosques das manhãs.

Ave que longe se vai

Ouve o bramido dos meus ais

Só quando perto, respiro

Tua essência querida,

Que bom te encontrei

Nas brumas do meu penar

Na diversidade dos seus sais

Perfeição dos meus desejos

Na boca de lótus!

Conceda-me, que seja – Vida...

Ficarei aos teus pés e a tua sombra

Doce ninfa que me seduz.

Heterogênea!

Somente tuas asas podem emergir-me

Da lama a luz.

Porque tu, és minh’alma gêmea...

...Minha!